Agosto de 2010 registra dois momentos marcantes para os fãs do grande Ary Lobo: os aniversários de vida e de morte. Se tivesse vivo, completaria, redondos, 80 anos no dia 14; mas, há 30 anos, a zabumba de seu peito parou de bater – provavelmente – no dia 19 de agosto de 1980, em Fortaleza-CE, embora muitos registros afirmem outras datas, outra cidade (no RJ). Bem, mas Gabriel Eusébio dos Santos Lobo, pra gente o eterno Ary Lobo, é um dos maiores artistas paraenses. Marcou presença na história da música brasileira, principalmente entre os anos 50 e 60. Sua marca musical, mesmo nortista de pele, foi tatuada com a ginga de um bravo nordestino, sendo até hoje um referencial dos ritmos quentes dessa região.
Os números que tentam contar a trajetória desse swingado brasileiro se atrapalham frente a grandiosidade de sua obra, de sua vivência, das tantas páginas que escreveu em nossa cultura. Assim, não se sabe ao certo quantos LPs, “na vera”, foram registrados em seu nome. Estima-se quase trinta discos, com direito a reedições, inclusive, em CDs. Por aí vão as indecisas informações sobre Ary, fato comum a vários outros mestres de nossa arte.
Este agosto, porém, não quer lamentar sua precoce ida ao andar de cima, nem alargar mais a lacuna do esquecimento de sua obra. Quer, sim, deixar na boca de seu público fiel os vários refrões acesos, entoando e fortalecendo a sua chama vibrante, onde tantos sucessos contaram (e contam) a história de um povo pobre e sofrido, mas que sabe se envaidecer quando se encontra na letra e ritmo de cada canção.
Em um breve levantamento, para demonstrar a força de Ary Lobo na música brasileira, citamos alguns hits que ele gravou e que marcaram época: “Súplica Cearense”, “Paulo Afonso” e “Vendedor de Caranguejo” (todas do amigo Gordurinha), “Último Pau de Arara” (Venâncio
Corumba
J. Guimarães), Eu Vou pra Lua (de Ary com o parceiro Luiz de França), entre outros.
Assim, para comemorar Ary Lobo, em dose dupla – 30 de ida e 80 de vinda –, vamos zanzar Belém do Pará, sua cidade natal, com muita música e gingado, pois “é disso que o povo gosta”. E nada melhor do que elencar seus maiores sucessos, (re)colocá-los na ponta da língua. E, aniversário que se preze, tem que ter o povo, festa. Vamos buscar essa gente nas letras das canções que Ary Lobo tanto cantou. E é na feira o primeiro lugar que vamos, habitat dos pregões, onde o caboclo (e a obra de Ary) entoa: “caranguejo-uçá, cada corda de dez eu dou mais um”; onde a madame anuncia: “açaí, tacacá, chega cá, venha comprar!”; onde o menino grita: “amendoim torradinho, aproveita gente que tá bem quentinho!”; lá que tem “cupuaçu, fruta boa, que bom refresco ela dá”... E continua dizendo “cozinha a pupunha, prepara o café, chama quem quiser”...
Este lugar, por onde Ary Lobo sempre perambulou é a feira de sons, de sabores, de sentidos, do povo, de quem quiser chegar. E pela feira começaremos as homenagens, atrás do rastro do Ary, das pessoas que ainda “vendem o seu peixe”, que ainda lembram que teve “este um” paraense, que cantava pra eles, pelo coração do rádio, que era a voz desse povo. Mas, todos estão convidados! Sintam-se em casa, ou melhor, na feira!
PROGRAMAÇÃO:
14/08 – Feira da Pedreira
Horário: de 8h às 11h.
Local: Barraca do Baiaco (dentro da feira).
● Audição de LPs de Ary Lobo; apresentação musical de artistas convidados; mural de vinis, caricaturas e fotos, bate-papos com artistas, sorteio de CDs etc.
NOTA 1: essa feira teve as pegadas de Ary Lobo, pois era a do bairro em que viveu por muito tempo – a Pedreira. E é neste dia que é comemorado o seu aniversário de nascimento, dia 14.
NOTA 2: teremos a presença de Ananias Lobo, irmão de Ary, ainda residente da Pedreira.
Próximos Eventos: estão programados, durante 2010, shows com artistas convidados (em praças), bate-papos (escolas), entre outros. Em breve divulgaremos!
Abraços do Quaderna...
6 comentários:
grande post, meu amigo allan carvalho.
farei tudo para estar neste evento antológico.
Ary Lobo e Osvaldo Oliveira são meus ídolos.
abraços
maravilha de homenagem,
E uma tristeza
Uma infelicidade
Ouvir meu nome na patrulha da cidade...
o povo do norte tá feliz...
o povo do norte tá feliz...
o povo do norte tá feliz...
o povo do norte tá feliz...
abraços
eu não troco 40 colchão
de mola por uma rede não...
abs
Olha o gostoso açaí
e o saboroso tacacá
preciso vender tudinho
para os meus filhos educar
Açaí e o tacacá |Bis
chegue cá venha comprar|
abs
Pode crer galera... Todo mundo afinado!
Ainda devo as fotos do dia... Vou postar tb a matéria feita pela Cultura, só pra registrar o barulho.
Aquele axé a todos!
ALLAN
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